3 a 0 foi pouco. Não somente pelo pênalti perdido pelo Sheik, mas, principalmente, pela absoluta supremacia corintiana frente a um rival que, nas mãos do Joel, parece que nunca conseguirá adquirir uma cara, um jeito de jogar, coisas que sobram ao time do Tite. É incrível que até nas coisas mais óbvias, como não tirar Vagner Love de dentro da área, onde ele é fatal, e pô-lo a jogar quase que como um meia de criação, Joel consegue errar. E seu desgaste está estampado na cara. Ele sabe que não vai arrumar mais nada ali. Já jogou a toalha e isso fica claro quando põe a culpa pela derrota toda na conta dos erros individuais. A gente sabe muito bem como isso é recebido pelos jogadores e como costuma terminar a história. Por mais que ele pudesse estar certo, era preciso lembrar que foi por causa de alguns acertos individuais que o time dele conseguiu os pontos que tem até aqui. Coletivamente falando, o Flamengo de Joel Santana simplesmente inexiste.
O resultado em campo condiz com a enorme diferença que há entre os dois clubes e da qual falei no post de ontem. Afora a eterna comparação entre o tamanho das torcidas, em todo o resto a realidade dos dois é completamente oposta. O Flamengo fica menor a cada jogo, a cada declaração de seu treinador ou dos seus dirigentes e a cada nova tentativa de emplacar um medalhão em fim de carreira como solução pra todos os problemas dentro do clube. O Corinthians, ao contrário, só cresce, apoiado por um planejamento de longo prazo, que rendeu frutos bem mais cedo do que muitos esperavam. E renderá muitos mais. O Flamengo também pode ter o mesmo. Mas jamais o fará sendo conduzido da forma como é por esse bando de usurpadores e irresponsáveis que dele se apossou.
Ao flamenguista resta torcer pra que o único ser pensante e que realmente entende de futebol no meio daquela zona consiga resistir ao sempre turbulento ambiente do clube mais de pernas pro ar do país. É na figura do Zinho que se depositam as esperanças de ver um Flamengo minimamente digno nesse campeonato. Um time que consiga trabalhar sem tanta pressão desnecessária nas costas e ser ao menos tão competitivo quanto, por exemplo, o do Palmeiras, que é limitado pra cacete, mas também é aguerrido, tinhoso e tem organização tática suficiente pra evitar vexames como o de ontem e uma luta desesperada contra o rebaixamento, a qual, aliás, me parece bem mais provável de acontecer com o Mengão do que uma eventual disputa por um lugar na Libertadores. Podem preparar as velas pra São Judas, que a oração vai ter que ser forte.
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Agora, quem não tá aliviando pra ninguém nesse começo de campeonato é o Galo. O time do Cuca tá avassalador, principalmente quando joga no Independência, que certamente será um grande aliado do Atlético nessa corrida por um título que ele não ganha há mais de 40 anos. Mas que não me venham falar de Ronaldinho. O vadio continua jogando por lá a mesma bola que jogava no Flamengo. A diferença é que o Cuca, inteligentemente, tirou dele toda e qualquer responsabilidade de ser O CARA do time. No Galo, o dente é só mais um. E com a qualidade que ele ainda tem pra dar um passe, cobrar uma falta ou um pênalti (só fez gol assim desde que chegou a BH), acaba ajudando. Entretanto, não passa nem perto de ter o papel de protagonista que tinha nos tempos de Gávea. É, no máximo, um coadjuvante de luxo.
Falando nisso, vocês não acham curioso que tanto ele quanto o Luxa estejam vivendo bons momentos em seus novos clubes, enquanto o Flamengo continua na mesma draga em que estava quando os dois davam expediente no Ninho do Urubu? Será que lá no Grêmio o Luxa deixou de ter esquema com jogadores e empresários, como sempre afirmaram que ele tinha dentro do Flamengo? Será que em Belo Horizonte, famosaça por seus inúmeros bares e suas mulheres inacreditavelmente gatas e receptivas, o rei da noite em Barcelona, Milão e Rio de repente virou um recatado e caseiro pai de família? Duvido muito. As pessoas não mudam assim tão rápido. O que muda é a atitude de quem as emprega. A relação entre patrão e funcionário é que tem que ser devidamente esclarecida desde o princípio. E quando se trata de um clube de tradição e camisa, então, é preciso deixar bem claro pro jogador ou treinador que é ele quem tem que se orgulhar de estar ali e fazer por onde se manter. Ao clube, claro, cabe cumprir com todas as obrigações assumidas e dar ao profissional as condições ideias de trabalho. Mas nada disso se viu – ou se vê – no Flamengo de Patrícia Amorim e marido, Levy, Coutinho, Helinho, Veloso, Brandão e tantos outros mais. Lá impera a baderna, a falta de pulso, de comando e o excesso de gente querendo aparecer.
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Quem também não vai muito bem das pernas é o São Paulo, que trocou de técnico e continua sem saber que rumo tomar. O Vasco, que não tá nem aí pra isso, foi lá e faturou mais três pontinhos fora de casa, o que é até normal pra eles, em se tratando de SPFC. O Morumba sempre deixou o Bacalhau bastante à vontade.
E foi só de 1 a 0 porque o Denis, de novo, foi o melhor jogador tricolor em campo. Tá certo que a bola do gol do Fagner era defensável, mas não dá pra dizer que foi um frango. Além do mais, em diversas outras oportunidades, se não fosse por ele, era capaz de ter acontecido o mesmo que rolou no Engenhão. O Vasco pintou e bordou com o São Paulo dentro do Morumbi. E, assim como no Rio, sobrou vaia pra todo mundo: treinador, diretoria e jogadores. E que bucha pegou o Ney franco, viu? Com um mês de jogos toda quarta e domingo, vai ter que treinar o time jogando. A vida do Neyzinho nã tá fácil, não.
Até a próxima, rapazaida!
Abraços,
Tatu
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